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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Texts in Love: "Apego à outra frequência cardíaca"



Quero um casamento onde haja senso de humor e senso de amor. Quero uma rotina e um beijo que me tire o fôlego no final do dia. Quero o amor que toda garota boba sonha, mas quero que seja mais real que sapatinhos de cristal.

Quero ter um filho e sentir tudo da maternidade. Quero provar do amor incondicional dos comerciais de margarina. Quero ser chamada de mãe e ouvir alguém dizer "eu te amo" sem ter a menor noção do significado, e muito menos do motivo.

Quero que meus amigos durem para sempre e que eu possa sempre ter a liberdade de ter loucuras. Quero encontrá-los para um café rápido, mas não quero que isso seja raro. Quero ligar pra eles pouco tempo depois de terem saído da minha casa para falar que vão ter que voltar amanhã, pois esqueceram o carrinho da filha.
Eu quero tudo isso, mas a conta do apego quem é que paga? Se paga com o mesmo número de lágrimas que sorrisos? Talvez.

Pá! Um amigo doente! Um filho com problemas na escola! Um marido desempregado! E der repente, toda dor é sua.
Talvez eu queira demais, mas queria saber quais as consequências. "Ah! Eu adoro esse biscoito. Quanto custa o pacote, moço?" "Olha só, descobri que te amo. Quantas noites eu ficarei sem dormi por causa disso?"

Mas mesmo que eu soubesse das consequências, eu nada faria para impedir. "Somos responsáveis pelo o que cativamos", já disse Saint Exupéry. Mas não de uma forma ruim, como obrigação. E sim por causa da vontade sem fim que temos de sentir! E sabemos que isso só acontece quando vemos o quanto outra pessoa nos importa.
O problema é que a culpa de sentir é grande demais para sapiens sapiens. E nos afundamos em dor a cada vez que algo sai diferente da perfeição do nosso mundo de devaneios.

E você está pronto para isso? Está pronto para multiplicar -e não dividir- dores e alegrias?

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