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sábado, 23 de julho de 2011

Feliz Loucura !

Naquela manhã, Genie acordou cansada. Cansada de ter de ficar presa naquele lugar. Cansada de ter esfregado em sua cara a vergonha de sua família por ela ser quem é. Ela era diferente, o que tinha demais nisso?
Sua mãe logo veio lhe trazer algo para comer. Genie, repentinamente, pediu para sua mãe preparar várias coisas de que gosta. A mãe concordou. Era uma forma de redimir o que ela fazia a filha passar todos os dias, trancada naquele quarto.
Enquanto a mãe preparava tudo, Genie pegou uma de suas roupas favoritas, uma cesta que tinha guardada e foi para o banheiro tomar banho e se preparar. Não colocou a roupa ainda, pois sua mãe ainda entraria no quarto.
- Estou bonita? – ela perguntou para o vazio... Mas não era o vazio para ela. Genie falava com pessoas, conhecia pessoas, se tornava amiga de pessoas... Pessoas que mais ninguém podia ver.
O vazio respondeu algo que a deixou feliz.
Sua mãe chegou com os alimentos, disse palavras carinhosas à filha, se desculpou mais uma vez por fazê-la passar por aquilo e saiu.
Genie pegou os alimentos, um lençol de piquenique e colocou tudo na cesta, vestiu seu vestido verde favorito e depois de algum esforço, conseguiu abrir a janela e sair por ela. Pegou sua bicicleta e pedalou para bem longe, deixando o vento bater em seu rosto, dando a sensação de liberdade. Parou perto de uma árvore. Arrumou o lençol e os alimentos em cima deste na grama.
- Quer pão ou torrada? – ela perguntou para o seu amigo do vazio que mais gostava.
Ela começou a passar geléia em uma torrada e sorriu para o vazio. Em três direções do vazio.
- Podíamos ficar aqui para sempre, o que acham? – ela perguntou se deitando no lençol e olhando para seus dois lados. – Eu sei. Mas... As outras pessoas não me entendem como vocês. Nem mesmo acreditam em vocês.
Uma lágrima de felicidade correu de seus olhos. Ela amava aquela sensação de estar livre, onde queria e com quem queria. Era tudo o que ela queria. E seu tempo estava passando. Logo teria de voltar para seu quarto, para sua prisão perpétua. Onde só tinha a companhia de sua imaginação, seus companheiros da imaginação.

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